“Contra você, porém, tenho isto:
você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e
pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a
você e tirarei o seu candelabro do lugar dele”. Apocalipse 2:4-5
O que escreverei nessa postagem
incomodará muita gente, será como comichão nos ouvidos de muitos religiosos.
Acredito ser do conhecimento dos
leitores a frase “esta é uma geração de adoradores”, “esta é uma geração eleita”.
Nada contra as frases citadas, mas não concordo com a aplicação das mesmas para
nós (me incluo), para essa geração, tenho consciência e respeito às exceções,
pois acredito que exista, mas meditem no que escreverei abaixo e faça um exame
de consciência.
Observando a maneira como
cultuamos, avaliando as motivações dos cultos, olhando as obras eclesiais, avaliando
as nossas ações como pessoa e as nossas obras como igreja, cheguei a triste
conclusão que somos a pior geração já existente desde o dia de pentecostes em
Jerusalém. Somos uma geração corrompida pelo modismo, heresia, vaidade,
soberba, incredulidade, imoralidade, contenda e egoísmo, ou seja, nos tornamos uma
geração mais carnal e menos espiritual, mais confiantes em nós mesmo e menos dependentes
de Deus. Vivemos um período de hipocrisia em todas as escalas da sociedade
brasileira, inclusive dentro das igrejas. Amados, amo e respeito às exceções e
não estou me referindo a “esses” que estão quase em extinção, mas com sinceridade
embasada na vida prática e com respaldo Bíblico me convençam que somos uma
geração de adoradores, que nossas ações e frutos são de um povo eleito? Se fores
temente a Deus confirmarás o que estou escrevendo, pois o que sinto é uma
vergonha profunda diante de Deus.
Pouca diferença existe hoje entre
alguns que diz que serve a Deus (igreja) e aqueles que não servem (mundo), nos
tornamos mais parecidos com o mundo do que com Cristo. Entendo que não é fácil
aceitar tal posicionamento, isso dói, provoca lágrimas e uma vontade de gritar:
“Raça
de víboras, quem vos ensinou a fugir da ira futura?” Mt 3:7. É bem
verdade que durante toda história da igreja encontraremos relatos de crises, de
dificuldades e até de escândalos, mas nada comparado ao que temos vivido nesses
últimos anos. Algo tem feito com que a minha alma se angustie, refiro-me à
vista grossa que é dado ao tratamento do pecado. O pecado tem encontrado conforto, alimento e espaço no meio de algumas
igrejas. Jesus não é mais o alvo, a
razão da comunhão não é adorar a Deus em espirito e em verdade, mas o de barganhar.
A inversão de valores cristãos é tão perceptível e tangível no seio das igrejas
e na sociedade que errar é fazer o “certo”.
Como posso concordar com a
declaração de que vivemos uma geração de verdadeiros adoradores, como posso
afirmar que somos uma geração eleita, a imaculada noiva do cordeiro se o que
mais praticamos é mentir, difamar, roubar, furtar, adulterar, prostituir, fornicar,
cobiçar, impureza sexual, luxúria, pedofilia, vaidade excessiva, egoísmo, soberba,
contenda, discórdia, amar ao dinheiro, desprezar o amor, não perdoar, não usar
de misericórdia, ameaçar, guerrear, religiosidade, assassinato, vingança,
suborno, propina, bajulação, hipocrisia, falsidade, falácia, sofismo, e muito
mais, quem prática tudo isso é o mundo, a igreja tem o dever de pregar o evangelho
com a sua vida (Ap. 2:4-5), mas o
que temos são vidas desprovidas de Deus, escandalosos e amantes de si mesmo.
Amados, repito que tenho convicção que existem as exceções (remanescentes), mas
estão cada vez mais raros, Jesus está voltando, sei que alguém vai declarar que
é necessário que isso aconteça, mas é Bíblico também que eu não me conforme com
este mundo (Rm.12:2) – “E não sede
conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso
entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita
vontade de Deus”.
Do altar aos halls dos templos, de pregadores a cantores, de membros a
congregados, do mais distante a mim mesmo, não vejo razão para nos autopromover
a “geração de adoradores e a geração eleita”, pois a meu ver somos uma vergonha
como cristãos quanto à fé e a prática. Mesmo assim reconheço com a minha míope
visão, que o amor de Deus é imensurável, assim como a sua graça é incalculável, por isso ainda tenho esperança, (Lm. 3:21-26). Acredito no poder regenerador e restaurador do Espirito Santo, portanto
voltemos enquanto é tempo à prática das primeiras obras, é desejo do Senhor nos
eleger, nos aprovar, nos ataviar para o tão esperado dia do arrebatamento.
Ainda há esperança, (Jó 14:7-9) – “Porque há esperança para a árvore que, se for cortada,
ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. Se envelhecer na terra a sua
raiz, e o seu tronco morrer no pó. Ao cheiro das águas brotará, e dará ramos
como uma planta”. O único modo de sermos uma geração de adoradores e uma
geração eleita é voltarmos à prática do Evangelho de Cristo, voltemos e
alcançaremos graça e renovo, pois Deus tem o poder para nos fazer florescer de uma maneira inimaginável.