sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A Nossa "EBD" De Cada Semana.


...se é ensinar, haja dedicação ao ensino Rm 12.7b

“O Problema do Excesso de Verbalismo”
Tanto nas escolas seculares como nas bíblicas, o verbalismo continua sendo o grande mal do ensino. A maioria dos professores da Escola Dominical utiliza-se da preleção para ministrar suas aulas. Do início ao fim de cada trimestre, os alunos ouvem explanações, informações, comentários, explicações, conselhos, enunciados, definições, tudo transmitido oralmente por seus mestres. Montaigne, séculos atrás, colocando-se no lugar do aluno, denunciou esta dificuldade docente: “é um incessante vozear aos nossos ouvidos” (...) “como a despejar algo num funil e nossa tarefa se reduz à de repetir o que nos foi dito.”
Os professores devem mostrar aos alunos elementos relacionados às palavras a que se referem. O aluno precisa ter contato direto com a realidade em lugar de simplesmente ouvir a palavra do professor. Rubens Alves diz que quanto mais “separado da experiência for determinado conteúdo, mais complicadas serão as mediações verbais”. Segundo ele, o que é “imediatamente experimentado não precisa ser ensinado nem repetido para ser memorizado”.
Rousseau aconselha-nos evitar o verbalismo, principalmente nas aulas ministradas às crianças e aos jovens: “nada de discursos à criança que ela não possa entendê-los” (...) não tolero as explicações puramente verbais: os jovens não lhes prestam atenção e nada aprendem delas”.”
(Marcos Tuler-2013/facebook.com/marcos.tuler)

Por: Adaias Marcos

Concordo com o Pr. Marcos Tuler, uma das grandes dificuldades dos mestres de EBD contemporâneo é levar seus alunos a um entendimento do tema abordado para aplicação da vida diária, tais habilidades seriam mais atrativas e cativantes.  Um dos maiores motivos de evasão por parte de alunos da EBD não está unicamente no nível pedagógico dos professores, mas principalmente na motivação que a aula vai proporcionar para a vida dos alunos. Fato esse, que alguns líderes de igreja e coordenadores de EBD não observam.

Outro ponto importante que deve ser observado é “Para que existe EBD?, e, Será útil para que?”, não adianta falar em capacitação pedagógica e teológica se os meios utilizados não gerar atração ou motivação nos alunos. Não é pressão, atitude antiética (abordagem grosseira diante da igreja), linguagem mecanizada ou apelos melancólicos que fará com que as EBD´S se convertam em verdadeiros meios de ensino da Palavra de Deus, o segredo está em provarmos para os alunos que a EBD existe como ferramenta de edificação para vida pessoal e, por conseguinte será útil para vencermos as dificuldades da vida.

Outro gigante que desafia a EBD é a falta de foco, ou seja, de objetivo, ela não tem gerado em seus alunos um meio que lhe der perspectiva de crescimento em vários aspectos (não é possível aborda-los aqui), muitos estão há 30 anos na igreja e continuam sendo alunos, esse ponto é um abacaxi para se descascar tanto nos lombos dos professores com nos alunos, mas é necessário observar que a EBD é uma agência de ensino, o que está acontecendo? Para “que existe uma “escola”, imagino diversas respostas dos mestres da igreja para explicar essa questão, mas “?”.

Outro ponto que poderia se pensar seria em relação às lições individuais dominicais, os assuntos são soltos e às vezes desconexo entre uma semana e outra, o que pode levar a um pseudo-entendimento de que a próxima lição poderá ser menos importante ou que não há prejuízo em perder determinada aula. É necessária uma reformulação nas elaborações das lições. Mas voltemos ao assunto em questão.

A cada dia algumas EBD´S se tornam menos atrativas, mais cansativas e desgastantes, tenho 35 anos, nasci em um lar cristão de apaixonados por Escola Bíblica, nunca presenciei tanta desarmonia das igrejas com EBD como nesses últimos 10 anos. O curioso é que nossos professores são mais capacitados pedagogicamente e teologicamente, mas não conseguem gerar na igreja amor pela EBD. Um dos grandes motivos para tamanha evasão está na arrogância da liderança, forma de abordagem, meios utilizados, maneira como o assunto é tratado, falta de valorização dos alunos, e não se utiliza de meios que gere nos membros, congregados e outros a paixão pela EBD.

O pastor Altair Germano, apontou sabiamente sete competências para o professor da escola bíblica dominical, competências que reflete bem o que abordei acima:
Conhecimento,
2º Manter Bons Relacionamentos,
3º Saber Comunicar-Se,
4º Ser Integro,
5º Refletir Sua Prática Pedagógica,
6º Buscar Constante Atualização,
7º E Ter Convicção De Sua Chamada.

Curiosamente há décadas atrás nossas EBD´S eram mais atrativas com pessoas menos capacitadas, o que há primeiro instante alarma, mas é explicável, se observarmos as competências 2º, 3º, 4º, e 5º está ligada a forma de relacionamento ou pode gerar uma boa relação entre professor e aluno, as demais são resultados necessários para chamada e vocação. Melhoria continua das atitudes do corpo docente (liderança, secretários e professores) em relação aos alunos.

Pergunto, é possível saber onde estamos errando? Sim, difícil é assumirmos nosso erro.

Outro ponto de reflexão está no contexto sócio familiar atual, como atrair ou motivar uma família que os pais trabalham a semana toda (segunda a sábado), os filhos estudam de segunda a sexta, e ambos só se veem a noite, após trabalho, estudo, afazeres e ajustes domésticos. Nós cobramos a presença maciça da Igreja, mas não avaliamos e não estudamos as necessidades e exigências da vida contemporânea, solicitamos, exigimos, cobramos a presença (quantidade), mas não definimos os melhores meios para esse fim, coloca-se uma carga que nem todos os líderes podem levar.

Para que haja à “qualidade” é necessário que a família esteja assistida ou bem, só assim teremos quantidade com qualidade. Como atrair uma família para passar a manhã de todos os domingos na igreja sem que essa tenha um bom relacionamento interno (família), e/ ou caso não tenha encontre o pão que edifica na sua igreja  / EBD. Esse assunto é longo e de vasta abordagem, porem gostaria de salientar que a melhor forma de atrair a família está na mudança de atitude do corpo docente. Quando um aluno encontra na escola bíblica, ou seja, nos ensinos bíblicos respostas ou orientações para aplicação no seu dia a dia essa escola torna-se mais atraente, mais edificante e produzirá melhor resultado.

Costuma-se atrelar a evasão na escola bíblica por parte dos fies à falta de compromisso com a Palavra de Deus e, por conseguinte com a igreja local, o que em parte discordo, pois a evasão não está em quem não vai, mas a quem já foi. É necessário descobrir individualmente, ou seja, por aluno o que levou a sua ausência ou desistência. Quem sabe o motivo está mim que escrevo esse artigo!

É necessário busca pela integração entre a capacitação, relacionamento e vocação.

Um comentário:

  1. É a reflexão que nossas lideranças precisam fazer, bem como os vocacionados para o ensino na EBD. Mas insisto no que afirmou o pastor Marco Tuler, no texto que abre a sua postagem: as aulas precisam ser não só cativantes, mas ter uma aplicação na vida de cada aluno. Acho que muitos de nós, professores, falhamos aí.

    Abraços!

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