...se é ensinar, haja dedicação ao ensino
Rm 12.7b
“O Problema do Excesso de Verbalismo”
Tanto nas escolas seculares como nas bíblicas, o verbalismo
continua sendo o grande mal do ensino. A maioria dos professores da Escola
Dominical utiliza-se da preleção para ministrar suas aulas. Do início ao fim de
cada trimestre, os alunos ouvem explanações, informações, comentários,
explicações, conselhos, enunciados, definições, tudo transmitido oralmente por
seus mestres. Montaigne, séculos atrás, colocando-se no lugar do aluno,
denunciou esta dificuldade docente: “é um incessante vozear aos nossos ouvidos”
(...) “como a despejar algo num funil e nossa tarefa se reduz à de repetir o
que nos foi dito.”
Os professores devem mostrar aos alunos elementos
relacionados às palavras a que se referem. O aluno precisa ter contato direto
com a realidade em lugar de simplesmente ouvir a palavra do professor. Rubens
Alves diz que quanto mais “separado da experiência for determinado conteúdo,
mais complicadas serão as mediações verbais”. Segundo ele, o que é
“imediatamente experimentado não precisa ser ensinado nem repetido para ser
memorizado”.
Rousseau aconselha-nos evitar o verbalismo, principalmente
nas aulas ministradas às crianças e aos jovens: “nada de discursos à criança
que ela não possa entendê-los” (...) não tolero as explicações puramente verbais:
os jovens não lhes prestam atenção e nada aprendem delas”.”
(Marcos Tuler-2013/facebook.com/marcos.tuler)
Por: Adaias Marcos
Concordo com o Pr. Marcos Tuler, uma das grandes dificuldades
dos mestres de EBD contemporâneo é levar seus alunos a um entendimento do tema
abordado para aplicação da vida diária, tais habilidades seriam mais atrativas
e cativantes. Um dos maiores motivos de
evasão por parte de alunos da EBD não está unicamente no nível pedagógico dos
professores, mas principalmente na motivação que a aula vai proporcionar para a
vida dos alunos. Fato esse, que alguns líderes de igreja e coordenadores de EBD
não observam.
Outro ponto importante que deve ser observado é “Para
que existe EBD?, e, Será útil para que?”, não adianta falar em capacitação
pedagógica e teológica se os meios utilizados não gerar atração ou motivação
nos alunos. Não é pressão, atitude antiética (abordagem grosseira diante da
igreja), linguagem mecanizada ou apelos melancólicos que fará com que as EBD´S
se convertam em verdadeiros meios de ensino da Palavra de Deus, o segredo está
em provarmos para os alunos que a EBD existe como ferramenta de edificação para
vida pessoal e, por conseguinte será útil para vencermos as dificuldades da
vida.
Outro gigante que desafia a EBD é a falta de foco, ou seja,
de objetivo, ela não tem gerado em seus alunos um meio que lhe der perspectiva
de crescimento em vários aspectos (não é possível aborda-los aqui), muitos estão há 30 anos na igreja e continuam sendo alunos, esse ponto é um abacaxi para se
descascar tanto nos lombos dos professores com nos alunos, mas é necessário observar
que a EBD é uma agência de ensino, o que está acontecendo? Para “que existe uma
“escola”, imagino diversas respostas dos mestres da igreja para explicar essa
questão, mas “?”.
Outro ponto que poderia se pensar seria em relação às lições
individuais dominicais, os assuntos são soltos e às vezes desconexo entre uma
semana e outra, o que pode levar a um pseudo-entendimento de que a próxima lição
poderá ser menos importante ou que não há prejuízo em perder determinada aula. É
necessária uma reformulação nas elaborações das lições. Mas voltemos ao assunto
em questão.
A cada dia algumas EBD´S se tornam menos atrativas, mais cansativas
e desgastantes, tenho 35 anos, nasci em um lar cristão de apaixonados por Escola
Bíblica, nunca presenciei tanta desarmonia das igrejas com EBD como nesses últimos
10 anos. O curioso é que nossos professores são mais capacitados
pedagogicamente e teologicamente, mas não conseguem gerar na igreja amor pela
EBD. Um dos grandes motivos para tamanha evasão está na arrogância da liderança,
forma de abordagem, meios utilizados, maneira como o assunto é tratado, falta
de valorização dos alunos, e não se utiliza de meios que gere nos membros,
congregados e outros a paixão pela EBD.
O pastor Altair Germano, apontou sabiamente sete competências
para o professor da escola bíblica dominical, competências que reflete bem o
que abordei acima:
1º Conhecimento,
2º Manter Bons Relacionamentos,
3º Saber Comunicar-Se,
4º Ser Integro,
5º Refletir Sua Prática Pedagógica,
6º Buscar Constante Atualização,
7º E Ter Convicção De Sua Chamada.
1º Conhecimento,
2º Manter Bons Relacionamentos,
3º Saber Comunicar-Se,
4º Ser Integro,
5º Refletir Sua Prática Pedagógica,
6º Buscar Constante Atualização,
7º E Ter Convicção De Sua Chamada.
Curiosamente há décadas atrás nossas EBD´S eram mais
atrativas com pessoas menos capacitadas, o que há primeiro instante alarma, mas
é explicável, se observarmos as competências 2º, 3º, 4º, e 5º está ligada a
forma de relacionamento ou pode gerar uma boa relação entre professor e aluno, as
demais são resultados necessários para chamada e vocação. Melhoria continua das
atitudes do corpo docente (liderança, secretários e professores) em relação aos
alunos.
Pergunto, é possível saber onde estamos errando? Sim, difícil
é assumirmos nosso erro.
Outro ponto de reflexão está no contexto sócio familiar atual,
como atrair ou motivar uma família que os pais trabalham a semana toda (segunda
a sábado), os filhos estudam de segunda a sexta, e ambos só se veem a noite, após
trabalho, estudo, afazeres e ajustes domésticos. Nós cobramos a presença maciça
da Igreja, mas não avaliamos e não estudamos as necessidades e exigências da
vida contemporânea, solicitamos, exigimos, cobramos a presença (quantidade), mas
não definimos os melhores meios para esse fim, coloca-se uma carga que nem
todos os líderes podem levar.
Para que haja à “qualidade” é necessário que a família esteja
assistida ou bem, só assim teremos quantidade com qualidade. Como atrair uma família
para passar a manhã de todos os domingos na igreja sem que essa tenha um bom
relacionamento interno (família), e/ ou caso não tenha encontre o pão que
edifica na sua igreja / EBD. Esse assunto é longo e de vasta abordagem, porem gostaria
de salientar que a melhor forma de atrair a família está na mudança de atitude
do corpo docente. Quando um aluno encontra na escola bíblica, ou seja, nos
ensinos bíblicos respostas ou orientações para aplicação no seu dia a dia essa
escola torna-se mais atraente, mais edificante e produzirá melhor resultado.
Costuma-se atrelar a evasão na escola bíblica por parte dos
fies à falta de compromisso com a Palavra de Deus e, por conseguinte com a
igreja local, o que em parte discordo, pois a evasão não está em quem não vai,
mas a quem já foi. É necessário descobrir individualmente, ou seja, por aluno o
que levou a sua ausência ou desistência. Quem sabe o motivo está mim que
escrevo esse artigo!
É necessário busca pela integração entre a capacitação,
relacionamento e vocação.
É a reflexão que nossas lideranças precisam fazer, bem como os vocacionados para o ensino na EBD. Mas insisto no que afirmou o pastor Marco Tuler, no texto que abre a sua postagem: as aulas precisam ser não só cativantes, mas ter uma aplicação na vida de cada aluno. Acho que muitos de nós, professores, falhamos aí.
ResponderExcluirAbraços!