quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Bíblia Judaica


"Lucas 24.44 - E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas e nos Salmos".

Tanakh ou Tanach (em hebraico תנ״ך) é um acrônimo utilizado dentro do judaísmo para denominar seu conjunto principal de livros sagrados, sendo o mais próximo do que se pode chamar de uma Bíblia judaica.

O conteúdo do Tanakh é equivalente ao Antigo Testamento cristão, porém com outra divisão. A palavra é formada pelas sílabas iniciais das três porções que a constituem, a saber: 

      I.    Torá - (תורה), O mais importante dos livros do judaísmo, 5 livros conhecidos como Pentateuco ou Chumash ((חומש), isto é Os Cinco); As cinco partes que constituem a Torá são nomeadas de acordo com a primeira palavra de seu texto, e são assim chamadas:

                  1)      בראשית, Bereshit - No princípio conhecido pelo público não-judeu como Gênesis
                  2)      שמות, Shemot - Os nomes ou Êxodo
                  3)      ויקרא, Vaicrá - E chamou ou Levítico
                  4)      במדבר, Bamidbar- No deserto (ermo) ou Números
                  5)      דברים, Devarim - Palavras ou Deuteronômio

Geralmente suas cópias são feitas à mão, em rolos, e dentro de certas regras de composição, usadas para fins litúrgicos, são conhecidas como Sefer Torá, enquanto suas versões impressas, em livros, são conhecidas como Chumash. 

     II.   Neviim - (do hebraico נביאים) "Profetas" é o nome de uma das três seções do Tanakh, estando entre a Torá e Kethuvim, 8 livros conhecidos como Profetas. Os livros em suas nomenclaturas hebraicas são geralmente divididos em duas partes:

A.      Nevi'im Rishonim (Antigos Profetas) [נביאים ראשונים]:
                
1)      Yehoshua - (Josué) - [יהושע]
2)      Shoftim - (Juízes) - [שופטים]
3)      Shmu'el - (I Samuel e II Samuel) - [שמואל]
4)      Melakhim - (I Reis e II Reis) - [מלכים]

                    B.      Nevi'im Aharonim (Últimos Profetas) [נביאים אחרונים]:

1)      Yeshayahu - (Isaías) - [ישעיהו]
2)      Yirmiyahu - (Jeremias) - [ירמיהו]
3)      Yehezq'el - (Ezequiel) - [יחזקאל]
4)      Trei Asar (Os Doze [Profetas]) [תרי עשר]
a.       Hoshea - (Oséias) - [הושע]
b.      Yo'el - (Joel) - [יואל]
c.       Amos - (Amós) - [עמוס]
d.      Ovadyah - (Obadias) - [עבדיה]
e.      Yonah - (Jonas) - [יונה]
f.        Mikhah - (Miquéias) - [מיכה]
g.       Nakhum - (Naum) - [נחום]
h.      Habaquq - (Habacuque) - [חבקוק]
i.         Tsefania - (Sofonias) - [צפניה]
j.        Haggai - (Ageu) - [חגי]
k.       Zekharia - (Zacarias) - [זכריה]
l.         Malakhi - (Malaquias) - [מלאכי]

           III.     Ketuvim - (כתובים) "os Escritos", 11 livros conhecidos como "Escritos". A lista seguinte apresenta os livros de 'Ketuvim', na ordem em que aparecem na maioria das edições impressas.

Grupo I: Os Três Livros Poéticos (Sifrei Emet)
1. Tehillim (Salmos) תהלים
2. Mishlei (Provébios) משלי
3. `Iyyov (Jó) איוב

Group II: Os cinco rolos (Hamesh Megillot)
1.       Shir ha-Shirim (Cântico dos Cânticos) ou (Cantares) שיר השירים (Passover)
2.       Rute (Rute) רות (Shavuot)
3.       Eikhah (Lamentações) איכה (Tishá b'Av) [Também chamado de Kinnot em hebraico.]
4.       Kohelet (Eclesiastes) קהלת (Sukkot)
5.       Ester (Ester) אסתר (Purim)

Group III: Outros livros históricos
1.       Daniel (Daniel) דניאל (Profético)
2.       Ezra (Esdras-Neemias) עזרא
3.       Divrei ha-Yamim (Crônicas) דברי הימים

De acordo com a tradição judaica (Midrash Rabbah 12:12 ‘Os Midrash halachá são as obras em que as fontes no Tanakh (Bíblia Hebraica) das leis tradicionalmente recebidas são identificadas. Estes Midrashim geralmente são anteriores à Mishná. O Midrash que liga um verso para um halachá, muitas vezes, funciona como uma prova da autenticidade de uma lei. Uma elucidação correta da Torá traz consigo o apoio da halachá, e muitas vezes a razão para a existência da regra (embora muitas leis rabínicas não tenham fonte bíblica direta). O termo é aplicado também para a derivação de novas leis, seja por meio de uma interpretação correta do significado óbvio das palavras bíblicas em si ou pela aplicação de certas regras de hermenêutica.)

Como citado o Cânone Judaico é composto de 24 livros que se agrupam em 3 conjuntos: 
A Lei ou Instrução, Os Profetas e Os Escritos. 

Os livros de 1 e 2 Samuel, são reunidos em um só livro, e 1 Reis e 2 Reis, também são considerados um só livro, assim como os 12 profetas "menores" estão em um só livro - "Os 12 profetas".

A divisão refletida pelo acrônimo Tanakh está atestada em documentos do período do Segundo Templo e na literatura rabínica. Durante aquele período, entretanto, o acrônimo Tanakh não era usado, sendo que o termo apropriado era Mikra ("Leitura"). Este termo continua sendo usado em nossos dias, junto com Tanakh, em referência as escrituras hebraicas.

No hebraico moderno, o uso do termo Mikrá (מקרא) dá um tom mais formal do que o termo Tanakh.

Esses vinte e quatro livros são os mesmos livros encontrados no Antigo Testamento protestante, mas sua ordem é diferente. A enumeração também difere: os cristãos contam esses livros como trinta e nove, pois contam como vários alguns livros que os judeus contam como um só.

O termo Velho Testamento, apesar de comum, é muitas vezes considerado pejorativo pelos judeus, pois pode ser interpretado como inferior ou antiquado. Já a expressão Bíblia hebraica é adotada por alguns estudiosos para indicar que existe uma equivalência entre o Tanakh e o Antigo Testamento, tentando evitar algum sectarismo.

Os Antigos Testamentos católico e ortodoxo contêm seis livros que não estão incluídos no Tanakh. Eles são chamados deuterocanônicos por ter tido sua canonicidade contestada. Nas bíblias das Igrejas Católica Romana e Ortodoxas, Daniel e o Livro de Esther podem incluir material deuterocanônico que não está na Tanakh ou no Antigo Testamento protestante.

A maior parte dos livros do Tanakh estão escritos em hebraico. Partes de Daniel, Esdras, uma sentença em Jeremias e um topônimo no Gênesis estão em aramaico, mas com escrita hebraica.

O historiador judeu Flávio Josefo descreve em sua obra Contra Apião, que o Canon possuía 22 livros. Algumas escolas sugerem que ele considerou Rute como parte de Juízes, e Lamentações como parte de Jeremias. Jerônimo, autor da célebre tradução da Bíblia para o latim conhecida como Vulgata, também fez essa mesma afirmação no Prologus Galeatus.

Lucas 24.44 - E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de Moisés, e nos Profetas e nos Salmos.

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